segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Trabalhadores de Bemar, uni-vos!

Ééé, hoje os trainees se rebelaram! Primeiro deixa eu explicar o que tá acontecendo por aqui. Hoje eu acordei e fui pro meu primeiro dia de trabalho (uhul!). A escola que estou trabalhando se chama Bemar, e tem aulas de Inglês, Informática e Recursos Humanos. É legalzinha e fica no centro da cidade. Enfim, fui pra lá e hoje lotou totaaal de trainees! A partir de agora, trabalhando no projeto, teremos SETE brasileiros, CINCO indianos, uma egípcia, uma ucraniana e uma chinesa (que mora na Austrália). Enfim. Cheguei lá as 8h30 – eu começo às 9h -, e fiquei lá até as 13h. Só tem um problema – eu não fiz absolutamente N-A-D-A. Nenhum dos trainees deu aula! No fim, na falta do que fazer, resolvemos ficar conversando e tirando fotos do lado de fora do curso (super produtivo). Então, começamos a falar com alguns dos trainees que já tão aqui há mais tempo. Quando a gente se candidatou pra vaga, o que se esperava era que iríamos dar aulas de inglês, português, e também sobre a nossa cultura pra crianças, além de receber aulas de turco e de fazer tours pela Turquia! Demais, né? O problema  é que não temos aula de turco, não temos alunos pra dar aula, e o único tour que vai ter pela Turquia vai ser pra uma cidade chamada Bursa, mas em FEVEREIRO! Ninguém mais vai tá aqui em fevereiro! Great, han? Então, voltando ao início – os trainees se rebelaram. Não todos, ok, mas todos os brasileiros (brasileiro é foda, sempre no meio da confusão), a egípcia e a chinesa. Além desse não cumprimento da job, a gente tá tendo alguns problemas com hosts, que agora nem vem ao caso – assim, decidimos que vamos viajar mesmo nesses 10 dias entre natal e ano novo, e vamos, possivelmente, falar com o Escritório Nacional daqui. Porque sim, já reclamaram no mínimo CINCO vezes pro pessoal do escritório local e ninguém nos respondeu.

Indian guys! (Não, eles não usam essas roupas normalmente) 

Trainees do projeto Teach yours, Learn ours.

Bom, mesmo com todos esses problemas e a falta de trabalho, como eu só fiquei (des)ocupada com isso de manhã, de tarde fomos almoçar num lugar que é tipo um restaurante de professores, pelo que eu entendi.  Foi bem legal e o lugar era bonito! A sopa só era meio temperada demais e a galinha que vinha depois, mais ainda! Que saudade da comida de casa... hehe Mas o pessoal é muito divertido e é muito bom realmente poder travar uma conversa por aqui. Domingo eu fiquei o tempo inteiro só fazendo gestos e falando palavras soltas, por que se eu coloco um verbo na frase a Hülya já não entende mais nada. Poder falar inglês e português é um graaande alívio. Tava bem divertido,  e de tarde passeamos pelo centro e fizemos compras. Depois, voltamos pra escola e nosso boss falou que tinha uma surpresa pra gente, e deu um algodão doce pra cada um!!! Queridos, eles são uns amores e super atenciosos com a gente! O único problema mesmo é da AIESEC daqui, que parece que só quer abrir vagas super aleatórias sem job nenhuma. Como eu tinha que esperar até as 16h pra minha host chegar e me pegar (eu ainda não sabia como chegar em casa; aprendi, agora!), fiquei esperando ela e acabei cochilando num cantinho... ooops.

Brasileiros e metade do galo de Denizli 


Pamukkale Ünivesite e montanhas com neve ao fundo! 

 Sopinha com um leve toque apimentado.
Acho que esse é o tal de iogurte/coalhada...

Acho que por eu tá longe de casa, da família, dos amigos, meus sentimentos ficam um pouco mais a flor da pele. Eu tendo a ficar muito feliz com coisas simples, muito irritada com outras coisas não tão irritantes, e triste por coisas talvez não tão significativas. Meu humor varia mais, as vezes eu fico super feliz, tipo hoje, quando eu cheguei em Bemar, falei algumas palavras em inglês pra egípcia, me apresentando, e ela de fato me entendeu (!), ou quando eu pisei fora do avião pela primeira vez, ainda em Istanbul, e senti aquele cheirinho de inverno totalmente peculiar, diferente do do Brasil; ou triste, tipo na sexta, quando eu fui no barzinho com o pessoal da AIESEC, super empolgada porque tinha chegado em Denizli, e uma polonesa que tava lá me colocou tri pra baixo porque “a cidade era pequena”, “o frio era um saco”, “istanbul é muito grande”, “o trabalho é muito chato”, “não tem natal” (by the way, que que ela tá fazendo na Turquia há dois anos, mesmo?) . Acho que tudo aqui tem sido tão intenso que as pequenas coisas têm sido superestimadas. E vou reiterar o que eu disse no meu primeiro post – as coisas podem não estar correndo como deveriam, mas tem sido um super aprendizado pra mim, e pros outros trainees aqui também, tenho certeza, todas as barras que a gente tem passado por aqui! E a gente tá dando um jeito de se virar. E isso é o que vale! 

Denizli, Türkiye, Aralı yirmi (20/12), 2010.

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