quarta-feira, 25 de maio de 2011

Últimas impressões

Esse post tinha ficado perdido no meu computador, então pra encerrar o blog resolvi postar aqui.... :)

Não, eu não sou preguiçosa. Eu só não conseguia postar mais, porque nesses últimos dias eu tava ficando num hostel, e a internet lá bloqueia meu blog(!). Como se ele fosse muito perigoso pra segurança da sociedade turca. Entãão, cá estou eu, no avião de volta pro ‘Brésil’, escrevendo meu último post...
Nas últimas duas semanas foi dando aquele sentimento de “tá acabando”, e eu ainda não tinha feito nenhum passeio turístico. Acho que eu me acostumei com a rotina e com a vida por aqui, então eu acabava fazendo só as coisas que eu mais gostava – eu tava indo pra Taksim (aquele bairro que tem uma rua que quase não passa carro, cheio de cafés, pubs, livrarias e lojas) quase dia sim, dia não, e passeando pelos mesmos lugares. Tá certo que eu continuei indo pra Taksim, mas eu fiz outras coisas também :)
Fui na Aya Sofia, na Galata Kulesi, uma torre de guerra antes, que ficava entre os muros da cidade, e hoje é aberto ao público, e tem uma vista linda pra toda a cidade; num museu de arte moderna, Istanbul Modern, numa cisterna de 532 d.C., e num museu que contava a história da conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos - Panorama 1453. É um museu cilíndrico, com três andares. Os primeiros dois andares tinham painéis explicando como foi a tomada da cidade, e a reconstrução depois disso, as primeiras mesquitas, a transformação da Igreja Aya Sofia em Mesquita. No último andar, tinha um panorama lindo da batalha na frente dos muros que protegiam Constantinopla. No colégio e no cursinho a gente tem várias aulas sobre Idade Média, feudalismo, mas quando chega nessa parte, é “aí os turcos otomanos tomam Constantinopla em 1453 e começa a Idade Moderna, ta-nan”! Eu nunca soube o que houve durante a tomada, e o que aconteceu com todo o povo que morava ali, então foi muito legal ter uma idéia geral dos acontecimentos. E o mais legal foi que, ao sair do museu, a gente deu de cara com nada mais, nada menos do que os muros da cidade, os mesmos que circundavam a cidade em 1453! Foi uma sensação mágica estar de fato no lugar em que tudo aconteceu, só 558 anos depois...
Há duas semanas fomos pra Capadócia em um grupo de umas 20 pessoas, entre brasileiros, chineses, indianos, indonésios e russos. Beeeeeeeem legal, fizemos dois tours, um em cada dia. Confesso que eu não agüentava mais ver pedras no fim da viagem (a paisagem ficava um pouco monótona depois de um tempo), mas foi muito legal conhecer! O Nicolas Cage tava por lá também, filmando Motoqueiros Fantasmas (ou selvagens?) 2, mas não vimos ele não...
Essa semana, antes de me mudar, conversei com meu host sobre o Islamismo, e ele explicou algumas coisas sobre alguns dos hábitos deles. Comentei (de maneira polida, claro) que eu achava que a religião menosprezava a mulher. Um dos exemplos é que as mulheres rezam atrás dos homens na mesquita (ou seja, mais longe de Meca). E ele me explicou que, na verdade, os homens não rezam na frente porque são mais importantes, mas porque as mulheres não teriam libido ao olhar as costas dos homens, mas os homens, sim. E é por isso, também, que as mulheres ‘devem’ tapar todo o corpo, e os homens só do joelho à barriga. Ele me explicou também sobre o mês do Ramazã (o calendário muçulmano é diferente do cristão, então a época em que ele acontece varia – quando meu host era pequeno, ele acontecia no inverno – agora, ele acontece no verão). Durante esse mês, os muçulmanos só podem comer e beber depois de o sol se pôr. Durante toda o dia, eles não podem fumar, beber (nem água), comer e ter relações sexuais. Esse ‘ritual’, segundo ele, é feito pra que eles sintam o que uma pessoa pobre sente, pra que eles ‘se coloquem’ no lugar dessas. Outro ritual importante é o Bayram, que acontece em novembro e dura nove dias. As famílias mais ricas, nesses dias, matam animais que são criados em casa e, depois de se alimentar de uma parte desses, em reuniões familiares, dão outras partes aos mais pobres. Eu tinha – e ainda tenho – muitas dúvidas sobre como funciona a sociedade turca e a religião Islâmica, então essa conversa foi muito boa pra ouvir um pouco do que um muçulmano pensa sobre a própria religião e sobre os costumes.


 Blue Mosque
 Dentro da Aya Sofia
 Bairro Pera

Meu turco tá quase na mesma, não passei daquele básico de perguntar quanto custa, de agradecer, pedir alguma coisa no restaurante, e tal. Só aprendi a contar até 999.999! Super útil.
Semana passada eu finalmente fiz o banho turco. E, sério, eu não sei como eu não fiz antes... é genial! Funciona assim – tu entra num salão todo de mármore, bem quente – quase uma sauna. Aí tu deita num negócio mais alto, beeem grande, feito de mármore e aquecido. Todo mundo deita no mesmo (são salões separados pra homens e mulheres). Aí vem uma mulher e começa a te esfregar com um ‘scrubble’, e faz uma espécie de esfoliação em todo o corpo. Depois ela te enche de espuma, faz massagem, lava teu cabelo. Tudo isso dura mais ou menos uns 20, 25 minutos, mas tu fica lá dentro por umas 2 horas. É super relaxante – me arrependi de não ter feito antes!


 No pátio da Blue Mosque

Spice Bazaar


E enfim... chegou ao fim. Esses último fim de semana foi o das ‘útimas vezes’. A última vez que eu fui pra Taksim, a última vez que eu tomei um sahlep, o último kebap, a última vez que eu ia ver a blue mosque e a Hagia Sofia... Começou a dar uma saudade, já! Mas também já dava vontade de voltar pro Brasil e fazer tudo que eu planejei por aqui. Uma coisa boa de viajar é que tu te afasta da tua rotina e da tua vida normal, das tuas tarefas do dia a dia, e vive uma vida bem diferente por um certo período de tempo. Aí começa a fazer vários planos e metas, deixando o dia da volta mais atrativo, então fica aquela vontade de ficar mais e a vontade de voltar e fazer tudo. Vou sentir falta de muitas coisas, coisas que eu até reclamava no começo. Da comida apimentada, dos empurrões, de barganhar por uma ou duas liras, de discutir com os comerciantes, do comércio um tanto singular, do sahlep, dos ‘döneres’ espalhados por tudo que é quando, de Taksim, da língua – e de não entender nada e não ser entendida por ninguém, da paisagem e do horizonte pipocado de mesquitas, de ficar trocando de continente todos os dias, da travessia de ferry, e até daquele canto desafinado vindo das mesquitas chamando o povo pra rezar. Acho até que vou estranhar a falta desse som e das mulheres com lenços e burcas perambulando por lá. Mas faz parte, né?
Voltaremos!
Güle güle!
No avião, começando a enxergar a costa brasileira, 8 de fevereiro de 2011.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Yeni yıl, Istanbul e Uludağ

Merhaba! Foi me dando uma preguiiça de escrever, e no fim fiquei mais de 10 dias sem postar. Esses dias foram bem divertidos, to gostando muito de viver aqui. Esse fim de semana fui viajar e, quando eu voltei, parecia que eu tava voltando pra casa :)
No Ano Novo acabou vindo mais gente pra Istanbul e, no fim, ficamos em 12 pessoas – duas indianas, um italiano e 9 brasileiros. A gente não sabia onde ia passar a virada, alguns lugares estavam cobrando 300 liras pra entrar, e no way que a gente ia pagar isso. No fim fomos pra Taksim, o único lugar que a gente descartou no início porque ia ficar muuuito lotado. Taksim é o centro de Istanbul. Fica do lado europeu e tem uma rua que praticamente não passa carro, cheia de lojas, pubs e restaurantes. Passamos a virada na Taksim square, onde a gente quase não podia se mexer. Teve uns foguinhos de artifício singelos – uns 4 minutos. Meio decepcionante, né, até Porto Alegre tem mais fogos no gasômetro que isso (sem querer desmerecer...)! Mas enfim, tava bem divertido. E vale lembrar que aqui é inverno, então todo mundo tava congelando e ninguém quase vestia branco... Depois da virada ficamos um tempão procurando algum pub pra entrar, aí um cara nos atacou e a gente acabou pechinchando e entrando no lugar por 15 liras cada com uma bebida grátis. Só um detalhe – a boate era gay. Isso que dá não falar turco. Mas todo mundo se divertiu um monte, tava bem engraçado. Foi um ano novo bem diferente, com certeza hehe

 Taksim Square

Boate gay...

Na quarta feira, fui ao escritório da AIESEC em Istanbul, assistir uma reunião geral. O lugar é simplesmente gigantesco, comparado ao escritório de Porto Alegre (e se duvidar, a todos os outros do Brasil). Ele tem um salão gigante com mesas e computadores e onde eles fazem as reuniões gerais (ou seja, cabe umas 50 pessoas bem acomodadas, pra mais), uma sala onde fica a presidente (que é armênia, por sinal), uma sala de reuniões e mais uma sala que eu não entendi pra que serve. E o melhor – o escritório não é alugado, é patrimônio da AIESEC em Istanbul! Pelo que me explicaram, em 2001 o dólar chegou a valer mais de 3 liras (hoje vale 1,53TL), e eles tinham reservas em dólar e decidiram comprar o escritório deles. É muito bem localizado, fica em Taksim, e tem vista pra Aya Sofia e pra Blue Mosque. E hoje vale 300 mil liras(!!!!!!!!!!!!!). Quem pode, pode.

 O escritório da @ em Istanbul
 Melhor escritório da rede do mundo em 2001
VPs TM 2011, 2010 e 2009 (atual LCP)

Depois dessa reunião geral, fomos tomar um café turco. É bem amargo, até com açúcar. O turco que foi com a gente leu a borra do nosso café pra cada um. Funciona assim: tu tem que tomar até o fim (só fica a parte pastosa, que é a borra), depois colocar o pires em cima da xícara, virar e fazer um pedido. Na minha xícara, o turco falou que conseguia ver um pássaro, um gato e um cachorro. O pássaro era eu. O gato era alguém que queria me fazer mal, mas o cachorro tava por ali me protegendo. Em relação ao meu desejo, ele falou que ia ser bem difícil de realizar. Droga.




Na saída do café, a gente viu uma briga de donos de restaurantes por clientes. Só aqui mesmo, um deles tinha até um taco de beisebol! Eu ainda não consegui entender direito o comércio daqui, mas eles tem várias regras e se irritam muito se tu descumpre elas. Por exemplo, se tu gostou de um produto que custa 70 liras, e diz que leva por 15, o comerciante provavelmente vai achar um insulto, porque tu vai tá baixando tanto o preço do produto que tu tá desmerecendo o trabalho dele. E depois que tu dá tua oferta, tu nunca pode diminuí-la. E eles ficam muito brabos se tu faz essas coisas. Começam a te xingar um monte, e aí tu sabe que perdeu e é melhor ir embora. Outra coisa é que o comércio aqui é totalmente segregado. Tem a loja de abajures, a loja de lustres, a loja de lâmpadas, a loja de placas luminosas. E elas são separadas por ruas. Se tu quer comprar placas luminosas, tu vai na rua tal. Se tu quer comprar lâmpadas, tu vai na outra. Um dia eu passei por uma loja que só tinha cadeiras e mesas brancas pra vender. Tá, né.

No fim de semana, fui pra Uludag, uma estação de ski a 2500 metros de altitude. Pra ir pra lá, peguei um ferry, um tram (tipo um bondinho), um táxi, uma balsa, um ônibus, um metrô e uma minivan, nessa ordem. Saí de casa às 6h30, e cheguei em Uludag ao meio dia. O lugar é simplesmente DEMAIS. Tudo completamente cheio de neve, montanhas pra todos os lados, e a vista do hotel era muito linda, eu me surpreendia com a quantidade de neve toda vez que eu olhava pela janela. A sensação térmica era de -15 graus Celsius, mas com a roupa de esquiar e o equipamento a gente sentia muuito calor. Eu até desisti do casaco pra neve que eu tinha alugado e fiquei com o meu mesmo, com uma blusa de manga curta embaixo. Eu achei o máximo esquiar, e no primeiro dia eu devo ter subido umas 15 vezes o teleférico até o topo da montanha. Caí várias vezes, dei de cara no chão em algumas. Em uma das descidas eu fui fazer uma curva, perdi o controle e bati toda a lateral do meu corpo num tronco que tava caído. Resultado – eu acordei no outro dia cheia de roxos e com o corpo todo dolorido, muito quebrada! Só consegui subir duas vezes a montanha, e caí mais algumas vezes. Mas to sã e salva! Voltei pra Istanbul domingo de noite, exausta.

 Vista do hotel



 Pôr-do-sol


Esse fim de semana eu vou pra Capadócia, uma região da Turquia bem bonita e famosa. Como eu não to tendo projeto mesmo, to tentando aproveitar ao máximo o tempo aqui pra visitar outros lugares. E tá perfeito. O tempo que eu passei até agora já valeu toda a viagem. Eu to apaixonada por esse país, e não me canso de dizer isso :)
Güle güle! 
Istanbul, Türkiye, 10 Ocak 2011.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sobre aromas e impressões

Aconteceu tanta coisa nesses últimos dias, desde que eu cheguei em Istanbul, que eu fui ficando com preguiça de postar, e mais coisas iam acontecendo, e eu acabava ficando com mais preguiça. Mas cá estou.
Semana passada eu tava super chateada com a minha situação e com os problemas com o projeto em Denizli, e acho que transpareceu um pouco no último post. Tava muito chato, por que eu tava bem ansiosa em dar aula pra crianças, ensinar português, fazer apresentações sobre a cultura e a economia brasileira, e nada disso tava acontecendo. E pra piorar, a cidade é minúscula e não tem quase nada lá.
Aí decidimos, entre alguns trainees, vir passar o Natal e Ano Novo aqui em Istanbul. Nós saímos de lá dia 22 de noite, viajamos num ônibus super confortável, com wireless e na primeira fila (dava pra ver toda a estrada), e chegamos aqui no dia 23 de manhã. E, sério, sem palavras. A cidade é simplesmente maravilhosa. Pra tudo que é lugar que tu olha tem uma construção antiquíssima – seja uma mesquita (tem zilhões, e todas são lindíssimas e grandes), uma estação de trem, uma casa de banho turco, bazares, enfim. Não falta o que fazer e o que explorar por aqui.
No primeiro dia, saímos com duas turcas e elas nos levaram para almoçar num restaurante super tradicional, ficamos bastante tempo lá e nos ofereceram de tudo e, no fim, o dono do restaurante era amigo do pai de uma das turcas, e ele se recusou a deixar que pagássemos! Ufa, porque tinha dado muito caro – eu já tava pensando o que eu ia ter que deixar de comprar hehe Depois fomos no Grand Bazaar, o bazaar mais famoso daqui. É lindo, cheio de bugigangas e gente gritando, e, justamente por ser famoso, é o mais caro. Ficamos lá algumas horas e fizemos algumas comprinhas. Fiquei muito orgulhosa de mim mesma – pechinchei demais com um cara, ficamos uns 7 minutos discutindo (eu tentando aparentar muito desinteresse, mas só pensando – EU QUERO!) e, no fim, eu comprei um narguilé que custava 75 liras por meras TRINTA liras! Se era o preço que ele já pretendia vender mesmo, eu não sei, mas as turcas disseram que eu fiz um bom negócio...
Blue Mosque 
 Lojinha





No dia 25, Natal, fomos num Spice Bazaar, um bazaar muito legal e bem mais barato que vende muitos temperos, chás, lenços, jóias e as bugigangas de sempre. Muito bonito; confesso que achei até mais legal que o Grand Bazaar. Depois disso, de noite, fomos num lugar pra fumar narguilé e tomar çai (chá) – aqui eles não tomam álcool com narguilé (aliás, eu não vejo eles tomarem álcool). O lugar é super bonito! São uns espaços, como se fossem umas mini salas, com sofás cheios de almofada. O que fomos ficava numa lombinha; as salas eram abertas pra rua e só tinham um telhadinho em cima. Muito bacana – e o narguilé era demais.




 Spice Bazaar





Nesses dias, desde o dia 23, fizemos vários passeios turísticos, visitamos a blue mosque, a Hagia Sofia (ainda não entrei...), taksim e todo o bairro de Sultanahmet, que é bem turístico. Mas, pra mim, uma das coisas que eu fiz por aqui que mais apreciei foi atravessar o estreito de bósforo pra ir pra Ásia de ferry. Demora uns 20 minutos a travessia, e é simplesmente demais. Tu enxerga as mesquitas (dá pra ver a New Mosque, a Blue Mosque e a Hagia Sofia ao mesmo tempo), as construções, e em volta do ferry ficam um milhão de gaivotas esperando tu jogar comida pra elas. Eu tava irritada quando fui fazer a travessia, porque um passarinho tinha cagado na minha cabeça(!), um cara tinha tentando me ajudar (e eu não queria ajuda!!!) a tirar dinheiro de uma máquina que NÃO tinha bandeira VISA, e a máquina simplesmente ENGOLIU meu cartão (não teve jeito de recuperar), eu tinha perdido o primeiro ferry pra atravessar o estreito porque eu tava com a ficha errada e tentei entrar e um policial ficou me xingando (em turco!!), e tava com torcicolo da viagem de ônibus. Great, ahn? Pois é, aí eu entrei no ferry e sentei do lado de fora. E esses 20 minutos me relaxaram demais – dava pra ouvir o sonzinho do mar batendo no ferry, as gaivotas (muitas gaivotas) voando por todos os lados, e a vista era maravilhosa. Me deu uma sensação de tranquilidade, e eu cheguei na Ásia completamente relaxada. :) 
Nesse dia, fui até Çamlica com dois amigos de Porto Alegre. Fica no topo do morro, e a vista é simplesmente demais! Dá pra ver toda a cidade de Istanbul, e ponte de Bósforo e a Hagia Sofia lá no fundo. Muito bonito, mesmo! Só faltou bateria na minha câmera, então não pude tirar fotos da vista noturna, que também é maravilhosa.
Fomos no supermercado ontem e ficamos abismadas com o preço de tudo por aqui. As coisas são absurdamente baratas; a única coisa cara por aqui é a bebida. Pasmem – tem Kit Kat a 79 CENTAVOS! Quero morar em Istanbul pra sempre.

 Indo pra Ásia de ferry

 Estação de trem - Hayder Apaşa
 Vista de Çamlica


Outra coisa muito legal é que eu aprendi a contar até dez! Acredite, é bem difícil. Agora, quando eu pergunto “Nekadar?” (quanto custa) pra coisas baratas, eu realmente entendo a resposta! Que orgulho! E descobri uma bebida genial aqui – o Sahlep. É fraco, não tem pimenta e é bem quentinho – na real é um mingau com canela em cima. Mas repito, é genial. Teve um dos dias aqui que eu tomei uma xícara disso de café da manhã, uma de almoço e uma de tardezinha e só fui comer realmente de noite – viciei na bebida.
Esses dias eu tava pensando em como tudo aqui é diferente, e como isso afeta todos os nossos sentidos. Os sons da cidade, por exemplo, são completamente diferentes dos de Porto Alegre – são as gaivotas do ferry, os corvos que a gente ouve de noite nas ruelas (assustador, diga-se de passagem), as rezas cantadas que ouvimos por todos os lados 5 vezes por dia, e até o turco, que é uma língua completamente diferente do português. Em termos de paladar, a comida por aqui também é outra – muita pimenta, muitos temperos, tudo muito forte e quase nada que lembre a comida que comemos no Brasil. Olfato já é mais sutil – o cheirinho não muito agradável dos turcos quando eles tiram os casacos, o cheiro de comida que tem por todos os lados, dos temperos, e o cheiro do ar, do frio mesmo, que eu já comentei que é super característico. Quanto a visão, acho que dispensa comentários – construções antiqüíssimas (510 anos – idade do Brasil –, pra essa cultura, não é nada, mas outro dia eu escrevo mais sobre isso), mesquitas por todos os lados, o estreito de bósforo no meio da cidade, lenços e burcas pretas nas mulheres – sem falar que dá pra realmente sentir quando estamos do lado europeu e quando estamos do lado asiático de Istanbul.
Aquele negócio de que ir pra cidades menores é melhor pra mergulhar mais na cultura do país se provou bobagem por aqui – pelo menos do meu ponto de vista. Fiquei completamente apaixonada por Istanbul, pela vista, pelas construções, enfim. Não tem adjetivos que descrevam o que eu senti, eu to simplesmente maravilhada. To proveitando muito mais a viagem, conhecendo mais coisas, visitando mais lugares e tendo que escolher o que eu vou fazer (o que em Denizli se resumia a: vou no shopping ou vou visitar as lojas do centro?).
Até a próxima :)

Istanbul, Türkiye, 28 Aralık, 2010. 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Güle güle, Denizli!

Ontem até que o dia foi bem bom. Fiquei de manhã aqui no curso (Bemar) e, claro, não fiz nada. Ok, não vamos ser injustos. Eu apliquei level tests em três turcas que não sabiam nem os números, e eles duraram, cada um, 3 minutos. Então ok, por 9 minutos, das 5 horas que eu passei aqui, eu me senti útil.
Enfim, depois adivinha o que a gente fez? Fomos no shopping! Não tem muita coisa pra fazer nessa cidade, então só nos resta fazer compras... (calma mãe, calma pai, vocês não vão se assustar com o cartão de crédito, não) Enfim, fui com a Camila, o Leo e a Marina, todos brasileiros, e um turco que eu não sei o nome. Ficamos lá um tempo e depois eu fui pra casa. Eu e a Hülya pedimos lahmacun, que é tipo uma esfiha aberta grande de pão árabe, aí tem que colocar tomate, alface e lima dentro e enrolar, e fica tipo uma panqueca. Bem bom! Ontem o marido dela ia trabalhar de noite, aí tava bem legal, porque depois da janta juntou as mulheres da família lá, e uma amiga delas e a filha, e a gente ficou conversando (ou tentando – eu até to começando a entender algumas poucas palavras e o contexto geral do que tá sendo discutido, olha só!). Ela me deu uma sacola com aquelas pimentas que eu mostrei no primeiro post, e a sogra dela me deu uma mantinha. Depois eu ensinei a Hülya a fazer feijão, e peguei um leite condensado que eu tinha trazido também e fiz branquinho pra todo mundo (não tinha Nescau ou algo do gênero pra fazer negrinho :/). E depois, pra fechar a noite, fiz caipirinha! Mas não deu muito certo, na real, porque era com lima – o gosto ficou meio estranho...


Lahmacun 



Mas foi muito legal, todo mundo ficou dizendo pra eu ficar em Denizli, não ir viajar, e pra trazer minha família pra cá e morar aqui hehe. Mas não pude aceitar a oferta. Apesar de ter sido muito legal ontem de noite com eles, aqui tá meio boring. Não tem trabalho, não tem muita coisa pra fazer, não tem quase nada na cidade! Então, entre ficar sem fazer nada por aqui, ou ficar sem fazer nada viajando pela Turquia, prefiro a segunda opção. Então eu e mais três brasileiras e uma egípcia vamos pra Istanbul hoje passar o Natal e o Ano Novo. Já alugamos hostel e compramos passagem. Depois disso, não sei ainda o que vou fazer, mas quase certo que não volto pra cá.

Enfim, sei que essa confusão com vagas e pessoas chegarem nos intercâmbios e não terem trabalho não é só por aqui, então sei que não to louca e deveria me conformar com o que tá acontecendo por aqui.  E isso só me deixa com mais vontade de ir embora. Não tenho que ficar me irritando porque eu vim pra cá fazer uma coisa e não tá acontecendo (apesar de nesse momento eu estar bem irritada com isso); eu tenho é que tentar aproveitar ao máximo a minha estadia aqui, e cheguei a conclusão que pra fazer isso, é melhor eu ir embora de Denizli.

Enfim, espero que no próximo post possa trazer boas novas!
Güle güle!
Denizli, Türkiye, 22 Aralık, 2010.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Trabalhadores de Bemar, uni-vos!

Ééé, hoje os trainees se rebelaram! Primeiro deixa eu explicar o que tá acontecendo por aqui. Hoje eu acordei e fui pro meu primeiro dia de trabalho (uhul!). A escola que estou trabalhando se chama Bemar, e tem aulas de Inglês, Informática e Recursos Humanos. É legalzinha e fica no centro da cidade. Enfim, fui pra lá e hoje lotou totaaal de trainees! A partir de agora, trabalhando no projeto, teremos SETE brasileiros, CINCO indianos, uma egípcia, uma ucraniana e uma chinesa (que mora na Austrália). Enfim. Cheguei lá as 8h30 – eu começo às 9h -, e fiquei lá até as 13h. Só tem um problema – eu não fiz absolutamente N-A-D-A. Nenhum dos trainees deu aula! No fim, na falta do que fazer, resolvemos ficar conversando e tirando fotos do lado de fora do curso (super produtivo). Então, começamos a falar com alguns dos trainees que já tão aqui há mais tempo. Quando a gente se candidatou pra vaga, o que se esperava era que iríamos dar aulas de inglês, português, e também sobre a nossa cultura pra crianças, além de receber aulas de turco e de fazer tours pela Turquia! Demais, né? O problema  é que não temos aula de turco, não temos alunos pra dar aula, e o único tour que vai ter pela Turquia vai ser pra uma cidade chamada Bursa, mas em FEVEREIRO! Ninguém mais vai tá aqui em fevereiro! Great, han? Então, voltando ao início – os trainees se rebelaram. Não todos, ok, mas todos os brasileiros (brasileiro é foda, sempre no meio da confusão), a egípcia e a chinesa. Além desse não cumprimento da job, a gente tá tendo alguns problemas com hosts, que agora nem vem ao caso – assim, decidimos que vamos viajar mesmo nesses 10 dias entre natal e ano novo, e vamos, possivelmente, falar com o Escritório Nacional daqui. Porque sim, já reclamaram no mínimo CINCO vezes pro pessoal do escritório local e ninguém nos respondeu.

Indian guys! (Não, eles não usam essas roupas normalmente) 

Trainees do projeto Teach yours, Learn ours.

Bom, mesmo com todos esses problemas e a falta de trabalho, como eu só fiquei (des)ocupada com isso de manhã, de tarde fomos almoçar num lugar que é tipo um restaurante de professores, pelo que eu entendi.  Foi bem legal e o lugar era bonito! A sopa só era meio temperada demais e a galinha que vinha depois, mais ainda! Que saudade da comida de casa... hehe Mas o pessoal é muito divertido e é muito bom realmente poder travar uma conversa por aqui. Domingo eu fiquei o tempo inteiro só fazendo gestos e falando palavras soltas, por que se eu coloco um verbo na frase a Hülya já não entende mais nada. Poder falar inglês e português é um graaande alívio. Tava bem divertido,  e de tarde passeamos pelo centro e fizemos compras. Depois, voltamos pra escola e nosso boss falou que tinha uma surpresa pra gente, e deu um algodão doce pra cada um!!! Queridos, eles são uns amores e super atenciosos com a gente! O único problema mesmo é da AIESEC daqui, que parece que só quer abrir vagas super aleatórias sem job nenhuma. Como eu tinha que esperar até as 16h pra minha host chegar e me pegar (eu ainda não sabia como chegar em casa; aprendi, agora!), fiquei esperando ela e acabei cochilando num cantinho... ooops.

Brasileiros e metade do galo de Denizli 


Pamukkale Ünivesite e montanhas com neve ao fundo! 

 Sopinha com um leve toque apimentado.
Acho que esse é o tal de iogurte/coalhada...

Acho que por eu tá longe de casa, da família, dos amigos, meus sentimentos ficam um pouco mais a flor da pele. Eu tendo a ficar muito feliz com coisas simples, muito irritada com outras coisas não tão irritantes, e triste por coisas talvez não tão significativas. Meu humor varia mais, as vezes eu fico super feliz, tipo hoje, quando eu cheguei em Bemar, falei algumas palavras em inglês pra egípcia, me apresentando, e ela de fato me entendeu (!), ou quando eu pisei fora do avião pela primeira vez, ainda em Istanbul, e senti aquele cheirinho de inverno totalmente peculiar, diferente do do Brasil; ou triste, tipo na sexta, quando eu fui no barzinho com o pessoal da AIESEC, super empolgada porque tinha chegado em Denizli, e uma polonesa que tava lá me colocou tri pra baixo porque “a cidade era pequena”, “o frio era um saco”, “istanbul é muito grande”, “o trabalho é muito chato”, “não tem natal” (by the way, que que ela tá fazendo na Turquia há dois anos, mesmo?) . Acho que tudo aqui tem sido tão intenso que as pequenas coisas têm sido superestimadas. E vou reiterar o que eu disse no meu primeiro post – as coisas podem não estar correndo como deveriam, mas tem sido um super aprendizado pra mim, e pros outros trainees aqui também, tenho certeza, todas as barras que a gente tem passado por aqui! E a gente tá dando um jeito de se virar. E isso é o que vale! 

Denizli, Türkiye, Aralı yirmi (20/12), 2010.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Merhaba!

É tudo tão diferente que eu realmente não sei por onde começar. Desde que eu de fato decidi que ia vir pra Turquia, há menos de um mês, até hoje, eu realmente não tive tempo pra pensar. Era passagem pra comprar, vacinas, seguro saúde, fazer o Visa Travel Money, comprar euros, adiantar provas da faculdade, ESTUDAR pras provas da faculdade, todo o trabalho da AIESEC, CONAL (Conferência Nacional em SP), enfim... Não parei um segundo pra pensar no que eu tava fazendo.  E, enfim, cá estou! E a sensação que eu tenho é a de que, ao mesmo tempo que é tudo mega diferente, mas quase soa normal, no conjunto das coisas que acontecem por aqui. Difícil explicar – e talvez eu nunca consiga, mas os brasileiros que estão por aqui talvez entendam o que eu quero dizer – ou não.
Não sei quando caiu a ficha que eu vim pra um país com costumes completamente diferentes dos nossos. Talvez tenha sido quando eu comi o primeiro Kebap, ainda em Istanbul (decidi que vou tirar foto de todas as comidas por aqui, porque tudo é beem diferente). Ou quando eu vi, de longe, a Hagia Sofia (aquela mesquita símbolo da cidade de Istanbul). Ou quando eu entrei no avião de Istanbul pra Denizli (uma loucura – turcos pra tudo que é lado gritando, com roupas compridas e diferentes e lenços na cabeça [e um cheirinho meio ruim no ar – ouvi boatos de que os turcos não são muito chegados no banho] - e, claro, fila pra eles não existe! É todo mundo se empurrando e que ganhe o maior empurrão! O vôo atrasou meia hora só porque ninguém conseguia se mexer dentro do avião pra sentar no seu lugar!). Ou ainda quando eu sentei do lado de um 'pastor islã' no avião e ele começou a falar turco comigo e ria, ria porque eu não entendia nada. Ou quando eu cheguei na casa do meu host-por-um-dia, com um monte de sapatos na porta, e umas pantufinhas pra colocar quando entrasse na casa. Ou quando eu ouvi uns cantos bizarros e muito altos saindo de microfones de mesquitas (eles tocam 5 vezes por dia essas rezas, e cada uma é pra uma coisa, pelo que eu entendi). Ou quando eu fiquei conversando com a minha host family e elas me mostraram o maço de pimenta e conservas e tudo o mais que eles guardam na sacada (vide fotos). Na verdade, acho que a cada coisa diferente que eu vejo por aqui eu me surpreendo mais um pouco. E talvez – e espero que sim – isso aconteça até o fim do meu intercâmbio. Esse estranhamento que causam todos os hábitos por aqui, pra mim, estão sendo a melhor parte dessa experiência!


 Kebap em Istanbul
 Parte da Host Family
 !!!

Café da manhã :)

Mas voltando aos fatos, o vôo pra Denizli foi super tranqüilo (um pequeno parênteses – Istanbul é uma cidade GIGA, com sei lá quantos milhões de habitantes e, só pra ter uma idéia, o embarque pro meu vôo doméstico pra Denizli era no Gate 408 – 4-0-8, sacas?), e em uma hora eu já tinha chegado. Ao contrário de Istanbul, Denizli é pequenina – meio milhão de habitantes (claro, pequenina pros padrões turcos).
Do aeroporto de lá, peguei um “otobüs” pro centro de Denizli (o aeroporto fica a uma hora da cidade). O cara do ônibus não falava uma palavra em inglês, mas quando eu falei AIESEC pra ele, ele entendeu tudo e até ligou pro LCP (Presidente) do escritório daqui! Pena que ele não atendeu... Mas cheguei no fim da linha do otobüs e felizmente veio um cara correndo dizendo que era da AIESEC – no english, claro. Com gestos e um pouco de turco (que não serviu pra muita coisa) ele me disse que estávamos indo pra um bar – começamos bem! Andamos uns 15 minutos numa chuva fina e terrivelmente fria, carregando a mala e, voilà, chegamos no bar! Lá tava parte do EB (Diretoria) 2010 e o EB 2011, que recém tinha sido eleito – eles começam os trabalhos por aqui em maio.  Eu tava podre, mas ok, ficamos lá até meia noite e meia e depois me levaram pra casa do Ego (sabe-se lá como se escreve o nome dele), onde tinham outros trainees. Dormi lá, e no outro dia ele me levou pra Berma, o curso de inglês onde eu vou “dar aula”. Por que entre aspas? Porque no curso tem 10 trainees – e vão chegar mais uns 3 da segunda-feira – e não tem muito aluno, então o negócio é ficar o tempo inteiro lá no curso e, quando aparecer alguém, fazer uma aula de conversação (lembrando que os alunos não falam NADA de inglês). E eu já to ganhando regalias – só vou trabalhar 4 horas por dia...
Eu tava me sentindo total perdida e, pra minha salvação, aparecem duas brasileiras paulistas, Juliana e Luciana. ‘Mó’ queridas, me explicaram sobre o intercâmbio, sobre o trabalho (ou a falta dele), sobre os hábitos, e a gente foi dar uma volta pela cidade. Depois disso, nosso boss veio conversar com a gente (por enquanto é boss mesmo, eu não sei o nome dele...), sobre o Natal, e tal, e ele nos deu DEZ dias de folga! Ou seja, Natal e Ano Novo sem trabalho...!
Bom, enquanto eu tava lá em Berma (o curso) minha host, Hülia, apareceu e a gente foi pra casa dela. Mega longe, mas a casa é muito boa e super ajeitadinha! A privada não é um buraco no chão, e o chuveiro é bom e quente, olha só! Me dei bem haha E ela é super querida e atenciosa, comprou um adaptador pro meu notebook, um caderno pra eu fazer notas, e fica insistindo em pagar as passagens pra mim. Ela anda pra lá e pra cá com um papel rosa com as frases em turco e em inglês, e fica o tempo inteiro perguntando "Marini, are you comfortable with....?"; "Marini, do you need anything?"; "Marini, are you hungry?". E o melhor - Ela comprou post-its, aí combinou comigo que ela escreve nos post-its verdes o nome das coisas em turco, e eu pego os rosas e escrevo em inglês. Que fofa! E sim, meu nome por aqui é Marini, não rola Marília.
Passei a noite em casa, e foi bem divertido! Tem dois apartamentos, um dela e do marido dela (que eu não conheci ainda), e outro dos sogros dela. A gente ficou na sala com toda a família (pai, mãe, tia, amiga da mãe, a minha host e eu) e rolou de tudo – turco, inglês, francês e até alemão (o pai sabia falar, mas não deu certo, eu entendi umas 5 palavras só). Mas aí desistimos e fomos pro tradutor do Google (a salvação!!!). Aí ficava a minha host de um lado escrevendo em turco, e eu respondendo em inglês e esperando o tradutor me salvar. Até que aprendi algumas palavras em turco, com muita dificuldade. Deu pra dar algumas risadas. Até agora não consegui ter nenhuma conversa em inglês com turcos que não seja com monossílabos – nem no curso de inglês! Mas ok, quem precisa de inglês, quando se tem a linguagem mundial de gestos? Beem mais fácil (NOT).
No domingo, eu e minha host fomos no shopping – na linguagem universal feminina (thanks god!) nós conseguimos nos entender - “Go shopping!”. Ela me apresentou o Forum Çamlik, um shopping bem grande que tem aqui na cidade. Andamos por lá toda a tarde, e eu comprei um dicionário, fiiiinnally! Já me ajudou bastante hoje.
Eu ainda não parei de me surpreender com tudo que acontece por aqui, das coisas mais bobinhas às coisas mais esdrúxulas (pelo menos pra mim). E isso é o mais legal. Não sei se em dois meses eu vou chegar a me acostumar com esses hábitos; só sei que, apesar de todos os apesares, de problemas com o trabalho, de falta de suporte do escritório local, de ninguém falar inglês, enfim – isso no fundo não importa. Conheci as outras duas brasileiras que estão por aqui, e sei que elas tão passando por maus bocados, mas elas riem e fazem piada o tempo inteiro das confusões e problemas que acontecem conosco por aqui. Quem disse que ia ser fácil? Se fosse, nem teria graça.
Desculpa se esse post ficou meio bagunçado e confuso, mas é que é tanta coisa diferente pra contar que eu acabei atropelando tudo. Os próximos vão com mais calma, juro! Até a próxima :)

Şerefe!!!